quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Rio Branco

A capital do Acre deveria ser a primeira opção para quem quer visitar a Amazônia brasileira. De fato, é ela quem mora no coração da maior floresta tropical do planeta, que se estende por nove países aqui da América do Sul. Além disso, a poucos quilômetros, vivem dezenas de grupos indígenas que fazem da cidade um caldeirão cultural rico pela harmonia dos seus povos tradicionais, e é isso, também que nos proporciona tudo o que temos para fazer em Rio Branco.
É verdade que foram os nordestinos que impulsionaram a sua economia quando vieram para cá trabalhar na extração artesanal do látex, mas não é deles, apenas, o mérito de construir um estado que tem metade do seu território preservado e que ainda assim apresenta números importantes no seu desenvolvimento econômico.
Bem cuidada, recheada por uma ampla malha cicloviária e limpa, Rio Branco vai te surpreender. Investimentos pesados em infraestrutura, mobilidade e tecnologia já começam a dar os seus primeiros frutos: o transporte público tem melhorado, principalmente depois da reforma do terminal urbano que faz a ligação das principais linhas, e há internet sem fio em boa parte do Centro, por exemplo.

O que fazer em Rio Branco

Palácio Rio Branco | Comece, por aqui, o seu passeio pela cidade. Sede do governo acriano, desde 1930,  o Palácio é uma bela e imponente construção no coração da capital. Um dos primeiros prédios de alvenaria do Estado, nele há uma exposição permanente que ocupa várias salas em seu andar térreo, e que conta a história do desenvolvimento do Acre.
Tudo fará mais sentido depois que você entender um pouco mais sobre os tratados que deram origem ao Estado, as brigas territoriais que resultaram na Revolução Acriana, a história do ambientalista Chico Mendes e, até mesmo, a origem do seu símbolo maior: a bandeira do Acre. Em resumo, prepare-se para mergulhar em uma história riquíssima. A visita pode ser feita de terça a domingo, incluindo feriados, das 8h às 17h.
O que fazer em Rio Branco
O Palácio Rio Branco.
Deque da Gameleira | Aqui, nasceu Rio Branco. As casas coloridas construídas às margens do Rio Acre quando a cidade ainda era o Seringal Volta da Empreza, hoje, são tombadas pelo Departamento do Patrimônio Histórico. O imenso calçadão é um convite para um passeio despretensioso até a curva do rio.
O que fazer em Rio Branco
Gameleira: onde a cidade nasceu. Hoje, as construções são tombadas pelo Patrimônio Histórico.
Mercado Velho | Na outra margem está a área do mercado popular municipal. Revitalizado, ganhou o apelido de Novo Mercado Velho e voltou às graças da população e de turistas que aproveitam a brisa do Rio Acre para um encontro de fim de tarde. Durante o dia, o mercado é um ótimo destino para conhecer um pouco do artesanato local, assim como a Casa do Artesão, que fica um pouco mais longe do Centro.
Ao lado do Mercado Velho funciona uma cantina onde são servidos café da manhã e almoço. Esse é um daqueles locais extremamente interessantes e que respira tradição. Vale a pena conhecer e conversar um pouco com as senhoras que preparam a comida.
O que fazer em Rio Branco
A boêmia região do Mercado Velho.
Parque da Maternidade | O antigo valão que cortava a cidade há pouco mais de uma década foi transformado em uma imensa área verde equipada com diversas opções para o seu fim de tarde. Aqui, os acrianos aproveitam para fazer aquela caminhada, colocar o papo em dia e saborear o Tacacá em um dos bares que margeiam o parque. Para apreciar esse prato típico da Região Norte feito à base de tucupi, jambu e camarão, a melhor pedida é o Tacacá da Base.
Rio Branco, Acre
Parque da Maternidade.
Parque Ambiental Chico Mendes | Com 57 hectares de área, o parque é um centro de preservação e educação ambiental com 33 espécies de animais nativos da floresta amazônica acriana. Além disso, uma parceria com o Ibama permite que os animais apreendidos ou entregues pelos antigos donos sejam tratados e readaptados para voltarem à natureza. Inaugurado em 1996, o parque tem trilhas ecológicas e um memorial destinado ao seu patrono, o ambientalista Chico Mendes. “Esse parque existe para ensinar que é possível viver na floresta e viver da floresta”, explica Joseline Guimarães, gerente do parque. As visitas acontecem de terça a domingo, das 7h às 17h.
O que fazer em Rio Branco
Trilha no Parque Ambiental Chico Mendes.
Filhote de onça-pintada no Parque Ambiental Chico Mendes.
Casa dos Povos da Floresta | Construída às margens do Parque da Maternidade, o centro conta a história dos três povos tradicionais da Amazônia acriana: os ribeirinhos, os seringueiros e os indígenas.  Aqui, é possível conhecer um pouco das lendas dessas comunidades, como as histórias do Mapinguari, do boto e da cobra grande, por exemplo.
A arte e a cultura indígenas são retratadas na Casa pelas cerâmicas e pelo Kene, um estilo de desenho característicos da etnia Kaxinawa que vive na fronteira com o Peru. Nos tempos de festas, os índios usam a tinta do jenipapo para pintar seus corpos. Feitos exclusivamente por mulheres, esses desenhos também são aplicados em tecidos, cestos e outros utensílios. A Biblioteca funciona de terça a sábado, das 8h às 18h. Visitas em grupo devem ser agendadas pelo telefone (68) 3224-5668.
O que fazer em Rio Branco
O kene e as cerâmicas expostas na Cada dos Povos da Floresta.
Biblioteca da Floresta | Esqueça aquela ideia de um amontoado de livros empoeirados e pessoas pedindo para que você faça silêncio. Isso, definitivamente, não é o que você vai encontrar nesse moderno centro de informações sobre a história e cultura acrianas.
Ainda no andar térreo, você terá uma breve aula sobre as dezesseis etnias indígenas que habitam a Amazônia acriana e vai conhecer mais sobre seus costumes e características. Uma escada ambientada com plantas e sons da floresta lhe conduz até os outros andares do prédio. Uma imensa canoa ornamenta o salão do terceiro andar, mas nada se compara à reconstrução fidelíssima de uma tradicional casa de seringueiro. Impecável nos detalhes, é possível ouvir o som do velho rádio reproduzindo quase que silenciosamente as notícias do dia.
O que fazer em Rio Branco
Fachada da Biblioteca da Floresta.
Voo de balão | Essa é uma daquelas atividades imperdíveis. Aproveite porque esse é o único voo de balão de toda a floresta amazônica. Isso é mais que exclusividade: é emoção à flor da pele. A paisagem do nascer do sol é de arrepiar. Tem ainda os geoglifos, imensas estruturas geométricas escavadas no solo e que ainda são um grande mistério e alvo de pesquisas que começaram ainda na década de 1970. 

A culinária acriana

O Acre experimenta muito os sabores dos outros estados da Região Norte. O Açaí – comido com farinha –, o Tacacá no fim da tarde e o Pato no Tucupi são alguns dos exemplos desse compartilhar de sabores. A criação local é a Rabada no Tucupi, que substitui a ave do tradicional prato paraense pela carne bovina. Ambos podem ser saboreados em fartura nos restaurantes da cidade, mas se a sua opção é o tradicional pato, chegue até o Point do Pato, uma rústica e simples casa especializada nessa iguaria amazônica.
O que fazer em Rio Branco
O famoso Tacacá da Base.
O que fazer em Rio Branco

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Diamantina

Diamantina é cheia de histórias. Fundada ainda no período colonial, a cidade foi o maior centro de extração de diamantes do país. Daqui, essas preciosas pedras eram levadas para a Europa, percorrendo todo o caminho da Estrada Real. Mas, hoje, a história que vamos conhecer é a da Casa de Juscelino Kubitschek.
Ela é uma típica moradia do interior de Minas: as telhas de barro, as janelas de madeira, o piso encerado e o fogão a lenha denunciam que a família que vivia no número 241, da Rua São Francisco, tinha hábitos comuns.
Aqui, no alto de uma das muitas ladeiras de Diamantina, Juscelino passou boa parte de sua infância e adolescência, e foi, nessa época, que os seus planos de vida começaram a se desenhar.
Conheça a casa de Juscelino, em Diamantina
Placa na fachada da Casa de JK.
Mineiro de modos simples, Juscelino Kubitschek – que ficou conhecido como JK – nasceu em Diamantina, de onde se mudou para estudar medicina, em Diamantina . Depois, entrou para a política e se elegeu deputado federal e prefeito da capital mineira. Mais tarde, alcançou o posto de presidente da República. Desse período, seus maiores legados são o plano de desenvolvimento que acelerou a industrialização do país e, principalmente, a idealização e a construção da capital federal, Diamantina .
Hoje, a casa onde morou o ilustre JK é um pequeno museu que abriga, em seu acervo, móveis, objetos particulares, fotos e quadros. Os destaques são o quarto do ex-presidente e, na parte de trás da casa, o consultório onde, recém-formado, atendia os pacientes.
Conheça a casa de Juscelino, em Diamantina
O quarto do jovem que, mais tarde, se tornou presidente.
Conheça a casa de Juscelino, em Diamantina
A cozinha da Casa de Juscelino.
Conheça a casa de Juscelino, em Diamantina
O antigo consultório onde atendia, depois de formado.
A cozinha também é um lugar especial. Aliás, para todo mineiro, esse é o ambiente mais aconchegante da casa. Ao redor do fogão a lenha, a conversa rende e decisões importantes são tomadas: talvez tenha sido aqui que JK decidiu deixar Diamantina para ganhar o Brasil.
Ainda no anexo que fica na parte de trás da casa, funciona uma biblioteca com livros sobre a história do ex-presidente e da cidade que jamais o abandonou.

Planeje sua visita à Casa de Juscelino Kubitschek

Quanto custa | A entrada na Casa de Juscelino custa R$ 5.
Quando ir | As visitas podem ser feitas de terça a sábado, das 8h às 17, e nos domingos e feriados, das 8h às 13h.
Como chegar | Dá para ir caminhando do Centro Histórico de Diamantina até a casa onde morou JK, mas você precisa de fôlego e de boas pernas para vencer a ladeira. Uma boa opção é tomar um táxi.
O Aeroporto Internacional Tancredo Neves (CNF) fica na cidade de Confins e atende a Região Metropolitana de Belo Horizonte. Daqui até Diamantina são 278 quilômetros.
De carro, o acesso é feito pela BR-040, BR-135 e BR-259. Partindo de São Paulo, a viagem é feita pela BR-381. Você pode alugar um carro nas lojas que ficam no saguão do aeroporto, em Confins. Mas, se preferir
De ônibus, as empresas que fazem a rota até Diamantina são a Pássaro Verde e a Gontijo.
Conheça a casa de Juscelino, em Diamantina
Fachada da Casa de Juscelino.
Onde ficar | Há várias opções de hotéis aconchegantes em Diamantina, mas uma dica que eu lhe dou é ficar no Centro Histórico. É aqui que estão as principais atrações da cidade e os bares onde todo mundo se encontra.